Investing.com -- Analistas do HSBC afirmaram em uma nota na segunda-feira que os fluxos para fundos de ações globais aumentaram expressivamente em setembro, devido a cortes recentes de juros e estímulos maiores que o esperado da China.
Segundo o HSBC, "as ações globais subiram cerca de 18% nos primeiros nove meses de 2024," registrando o maior retorno para este período desde a recuperação pós-crise financeira de 2009.
Em particular, os fundos de ações globais registraram o segundo maior fluxo semanal do ano, com US$ 51 bilhões em meados de setembro, de acordo com o banco.
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O HSBC aponta que o otimismo dos investidores está relacionado principalmente ao início de um ciclo monetário mais acomodatício, que inclui um corte de 50 pontos-base nas taxas de juros pelo Federal Reserve dos EUA e outros bancos centrais, bem como as medidas de estímulo adotadas pela China antes de seus feriados.
Os fundos de ações europeias também apresentaram uma recuperação gradual, revertendo grande parte dos resgates registrados no início do ano.
O HSBC acredita que "o ímpeto positivo nos fluxos para fundos pode continuar nas próximas semanas," em função das políticas monetárias mais flexíveis adotadas pelos bancos centrais.
No cenário europeu, o Reino Unido se destacou como uma aposta defensiva para os fundos globais de ações, beneficiando-se de uma inclinação defensiva entre os investidores.
"Os investidores parecem ter preferido ações defensivas do Reino Unido em vez dos mercados mais cíclicos da zona do euro," observou o HSBC, destacando que, embora a alocação em ações britânicas esteja elevada em comparação aos últimos cinco anos, ainda permanece abaixo dos níveis anteriores ao Brexit.
O HSBC também vê espaço para um aumento nas alocações nos setores europeus voltados para o mercado externo, que continuam subavaliados em relação aos níveis históricos.
O setor de saúde se destaca como particularmente bem posicionado, com o HSBC destacando suas baixas alocações relativas e a melhoria nas perspectivas de consenso.
"Acreditamos que o setor de saúde tem uma perspectiva mais favorável, já que a dinâmica de EPS no sell-side aumentou recentemente," afirma o banco, especialmente em comparação com outros setores, como o de utilidades, onde a atual alocação de fundos é alta e as perspectivas de lucro permanecem fracas.
A expectativa é que o ambiente monetário mais flexível continue a favorecer setores cíclicos, especialmente o de tecnologia, que pode enfrentar uma limitação de quedas.