Investing.com - A repercussão negativa do chamado gatilho para reajuste dos preços da tarifa de água e esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp (SA:SBSP3)), fez com que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp). A proposta era de reajuste automático dos preços sempre que houver variação a anormal do consumo médio de água na rede.
O reajuste deverá acontecer sempre que houver uma "variação anormal" do consumo médio de água da rede. A decisão é baseada na crise hídrica de 2015-15. Isso representa, na prática, que em caso de queda do consumo, por apresentar efeito negativo nas contas da companhia, o reajuste da tarifa será superior ao índice da inflação.
A agência explicou que a nova regra do gatilho visa a garantia do equilíbrio econômico-financeiro da empresa. Para o reajuste, será considerado o consumo do sistema como um todo, e não de um imóvel específico.
A Sabesp que opera em 367 cidades paulistas (57% do total), onde vivem 24,7 milhões de pessoas.
A Arsesp informou ainda que esse gatilho vale para os dois lados. Ou seja, se houver um aumento significativo do consumo médio de água que leve a uma alta expressiva de arrecadação da Sabesp, a tarifa será reajustada para baixo.
O cálculo será feito com base na média móvel de consumo de 12 meses (de março de 2017 e fevereiro de 2018, por exemplo) na comparação com os 12 meses anteriores.
A ideia do gatilho surgiu após a crise de abastecimento na Grande São Paulo entre 2014 e 2015 por causa da seca no Sistema Cantareira, principal manancial paulista. Em junho de 2015, a Arsesp aprovou um reajuste extraordinário de 15,24% nas contas - o maior desde 2003 -, dos quais 6,91% eram referentes à queda de consumo de água e ao aumento do custo da energia elétrica, ambos decorrentes da estiagem, e 7,78% de correção inflacionária.