ESSEN, Alemanha (Reuters) - A Alemanha não está expandindo suas redes de transporte de energia rápido o suficiente e pode precisar prorrogar um esquema de energia de reserva para além do prazo de 2017, afirmou o regulador do setor no país, nesta segunda-feira.
Conhecido como reserva de inverno porque é a época do ano de maior demanda, o esquema se tornou necessário depois que a Alemanha fechou 40 por cento de sua capacidade de geração de energia nuclear de uma só vez em 2011, após o desastre nuclear de Fukushima, no Japão.
"Creio que vamos precisar do instrumento por mais tempo (que 2017)", disse Jochen Homann, presidente da agência de redes de energia da Alemanha (Bundesnetzagentur).
"Isso é baseado na admissão de que não estamos seguindo o ritmo para a necessária expansão da rede", acrescentou.
A agência de Homnann tem que garantir que os operadores de redes de energia da Alemanha (TSOs) forneçam capacidade suficiente para que as linhas de transmissão estejam sempre equilibradas para um correto suprimento de energia. Isso é especialmente válido em um momento em que a participação das voláteis fontes renováveis de eletricidade cresceu para um quarto do total.
Neste inverno, o regulador contratou 2.500 megawatts de energia de reserva e os TSOs asseguraram reservas junto à concessionárias de energia na Alemanha, Áustria e Itália.
Entretanto, a quantidade de energia de reserva pode ter de subir porque as companhias de eletricidade como a RWE e E.ON, que tiveram de fechar usinas nucleares, estão agora fechando também térmicas a carvão e a gás por causa de uma grande expansão da energia renovável.
O governo alemão, no passado, assumiu que teria suficientes novas linhas de transmissão até 2017 para transportar a eletricidade de fontes eólicas do norte para o sul industrial do país, que era no passado dependente dos reatores atômicos.
Mas Homann disse que dos 1.900 quilômetros de novas linhas de transmissão planejadas em 2009, apenas 463 quilômetros foram construídas. Em 2014 foram apenas 140 quilômetros.
Os TSOs esperam que apenas 40 por cento do plano de 2009 seja construído até 2016, disse Homann.
(Por Vera Eckert)