SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Luiz Eduardo Barata, defendeu nesta segunda-feira adiar para o fim de fevereiro a liquidação financeira de parte dos gastos das distribuidoras no mercado de curto prazo de novembro.
Para realizar essas liquidações, é necessário o governo federal fechar um novo empréstimo com bancos para cobrir gastos de curto prazo remanescentes das distribuidoras do ano passado, orçados em cerca de 2,5 bilhões de reais.
A liquidação de parte dos gastos das distribuidoras referentes a novembro, de cerca de 1 bilhão de reais, já foi adiada do início de janeiro para a próxima sexta-feira. Na reunião da diretoria nesta terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá votar um novo adiamento.
"Eu disse à Aneel que considerava impossível concluir esse processo até o dia 30...Eu acredito que serão necessários de 20 a 30 dias, pelo menos, para ter uma definição", disse.
Como em 9 de fevereiro já ocorreria liquidação de operações do mercado de curto prazo feitas em dezembro, provavelmente a quitação de gastos das distribuidoras também deve ser adiada. Assim, as duas liquidações devem ser feitas de uma vez, como já ocorreu no ano passado.
"Acredito que é isso que nós vamos ter, uma solução que para englobar as liquidações de novembro e dezembro", disse Barata a jornalistas, após evento na sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Barata disse que não participa de negociações para mudar as condições de pagamento dos empréstimos de 17,8 bilhões de reais fechados com bancos em 2014 para socorrer o setor elétrico.
Segundo ele, o governo indicou que gastos das distribuidoras no mercado de curto prazo em 2015 não serão cobertos por meio de empréstimos, mas com repasses aos consumidores por meio das Bandeiras Tarifárias e revisões extraordinárias de tarifas.
SANTO ANTÔNIO
Barata disse estar confiante de que a Santo Antônio Energia, responsável pela hidrelétrica, honrará com as obrigações no mercado de energia de curto prazo.
A empresa tem argumentado que enfrenta problemas de caixa e seus acionistas já autorizaram aportes de recursos emergenciais no passado para pagar dívidas no mercado de curto prazo.
"A informação dada por representantes de Santo Antônio é de que eles vão honrar o pagamento antes da data de liquidação, em 9 de fevereiro", disse.
(Por Anna Flávia Rochas, edição Alberto Alerigi Jr. e Aluísio Alves)