SURUC Turquia/BEIRUTE (Reuters) - Os militantes do Estado Islâmico apertaram o cerco a uma cidade no norte da Síria neste domingo, enquanto as Nações Unidas disseram que o número de curdos sírios que se dirigiam à Turquia pode ter chegado a 100 mil e deverá subir.
Moradores da cidade fronteiriça de Ayn al-Arab, conhecida como Kobani em curdo, e seus arredores disseram que militantes estavam executando pessoas de todas as idades na região que conseguiram controlar e que criaram um clima de medo.
Políticos curdos na Turquia renovaram seus apelos para os jovens do sudeste do país, majoritariamente curdo, para se dirigirem a Kobani para ajudar sua etnia a expulsar o Estado Islâmico, que tomou conta de faixas do Iraque e da Síria nos últimos meses e proclamou um califado no centro do Oriente Médio.
"O ISIL (Estado Islâmico) continua a avançar. Por cada lugar que passam eles matam, ferem e sequestram. Muitas pessoas estão desaparecidas e acreditamos que senham sido sequestradas", disse o médico Welat Avar à Reuters por telefone de Kobani.
"Precisamos urgentemente de remédios e equipamentos para cirurgias. Temos muitos feridos. O ISIL matou muita gente nos vilarejos. Cortaram as cabeças de duas pessoas, eu vi com os meus próprios olhos", disse.
Um político curdo da Turquia que visitou Kobani no sábado deu uma visão similar das táticas dos militantes sunitas.
"Mais do que uma guerra isso é um genocídio. Eles estão entrando nos vilarejos e cortando a cabeça de uma ou duas pessoas para mostrá-las aos moradores", disse à Reuters Ibrahim Binici, do partido turco pró-curdo HDP.
"É realmente uma situação vergonhosa para a humanidade", disse, pedindo intervenção internacional.
Alguns curdos sírios compararam a situação à da minoria Yazidi no Iraque, que foi atacada pelo Estado Islâmico neste ano. Dezenas de milhares de Yazidis foram forçados a deixar suas casas em Sinjar e outros vilarejos.
Os Estados Unidos promoveram ataques aéreos contra o Estado Islâmico no Iraque e disseram que preparavam ampliá-los para a Síria, mas não está claro quando e onde isso pode ocorrer.
A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Power, disse neste domingo que outros países pretendiam se unir a Washington no lançamento de ataques aéreos na Síria contra militantes do Estado Islâmico.
"Não faremos os ataques aéreos sozinhos", disse ela à CBS. "Mas vamos deixar outros países anunciarem seus comprometimentos específicos com a coalizão."
(Por Daren Butler e Sylvia Westall)
((Tradução Redação Rio de Janeiro, 55 21 2223 7155))
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