Washington, 9 dez (EFE).- A agência de classificação de risco Moody's rebaixou nesta quarta-feira em um degrau a nota da Petrobras (SA:PETR4), que passou de Ba2 para Ba3 - os dois níveis considerados especulativos - e alertou sobre a perspectiva de um novo rebaixamento no futuro.
"As ações de qualificação refletem os altos riscos de refinanciamento da Petrobras em meio à deterioração das condições da indústria que tornam mais difícil obter liquidez através da venda de ativos", indicou a agência americana em comunicado.
Além disso, a Moody's relatou que também influiu no rebaixamento da nota da Petrobras o anúncio realizado hoje pela própria agência de que poderia revisar para baixo a classificação de risco do Brasil como consequência do processo de impeachment aberto pelo Congresso contra a presidente Dilma Rousseff.
"O início do processo de impeachment contra a presidente no princípio de dezembro causa mais dúvidas na perspectiva de cooperação entre o Congresso e a presidência com vistas a aprovar importantes medidas de consolidação fiscal para 2016", assinalou a agência em comunicado divulgado nesta quarta-feira.
A Moody's foi a primeira das três grandes agências de classificação de risco que situou a Petrobras no nível conhecido popularmente como "bônus lixo", o que pode levar muitos fundos de investimento conservadores a se desfazerem de suas ações da empresa.
A Petrobras, a maior empresa do Brasil e responsável por cerca de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, está no centro de uma investigação policial sobre uma rede de corrupção que, segundo se suspeita, opera desde a década de 1990 e desviou uma soma ainda não precisada, mas estimada em bilhões de dólares.
Dentro das investigações, a Polícia Federal prendeu vários ex-diretores da Petrobras e também empresários que, de acordo com as autoridades, faziam parte do esquema de corrupção.