Por David Brunnstrom e Noah Browning
DOHA (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, iniciou nesta segunda-feira conversações com os Estados do Golfo Pérsico, no Catar, nas quais tratará dos méritos do acordo nuclear firmado no mês passado com o Irã e da batalha contra os militantes do Estado Islâmico e da guerra na Síria.
A maioria dos Estados árabes do Golfo teme que o acordo firmado pelos Estados Unidos e outras potências com o Irã, em 14 de julho, acelere a distensão entre Teerã e Washington e encoraje a República Islâmica a apoiar grupos paramilitares aliados na região.
No mês passado, as potências mundiais concordaram em levantar as sanções ao Irã em troca de restrições sobre suas atividades nucleares, que países ocidentais temiam ter como objetivo a fabricação de uma bomba atômica, o que o governo iraniano negava.
Em declarações no Egito no domingo, Kerry disse que os Estados Unidos haviam apontado o Irã como o principal patrocinador de terrorismo no mundo, mas esse era precisamente o motivo da importância de garantir que o não obtenha uma arma nuclear.
"Não pode haver absolutamente nenhuma dúvida de que, se o plano de Viena for totalmente implementado, ele vai tornar todos os países da região mais seguros do que eram ou seriam de outra forma", disse ele, acrescentando que iria discutir formas de garantir a segurança da região em Doha.
Em Doha, Kerry se reunirá com membros do Conselho de Cooperação do Golfo, que agrupa a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Barein, Kuwait, Omã e Catar. Ele também irá manter conversações trilaterais com o chanceler russo, Sergei Lavrov, e o da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, nas quais abordará a guerra na Síria, segundo as autoridades dos EUA.
A Rússia vem tentando fazer a aproximação entre o governo sírio e Estados da região, incluindo a Arábia Saudita e Turquia, para forjar uma aliança contra o Estado Islâmico.
Kerry disse no mês passado que planejava discutir com Lavrov a luta contra militantes do Estado Islâmico e o papel do Irã na região.