Por Warren Strobel
WASHINGTON (Reuters) - Senadores republicanos pressionaram neste domingo para que o Congresso dos Estados Unidos seja autorizados a votar sobre o acordo nuclear com o Irã, mas sinalizaram que estão dispostos a aguardar que o acerto provisório seja finalizado antes de julgar a questão.
"Vejam, o presidente precisa informar a população americana, e o Congresso precisa estar envolvido", afirmou o senador Bob Corker, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado.
Corker não condenou o pré-acordo alcançado com o Irã e potências mundiais, na Suíça, na quinta-feira, depois de um mês de negociações, mas mencionou preocupações a respeito das inspeções a serem feitas e dos diferentes relatos entre Washington e Teerã sobre o que realmente foi acordado.
O republicano do Tennessee disse que seu comitê irá seguir em frente com a votação planejada para 14 de abril sobre a legislação que requer que o presidente Barack Obama apresente um acordo nuclear final ao Congresso para revisão e aprovação.
O acordo firmado na quinta-feira é considerado a estrutura para um acordo final que deve ser estabelecido até o final de junho.
O projeto de lei, apoiado por republicanos e democratas, proibiria Obama de suspender as sanções contra o Irã durante os 60 dias de revisão do Congresso. Durante esse período, o congresso pode aprovar ou desaprovar o acordo, ou não tomar nenhuma ação.
Corker disse à Fox News, neste domingo, que ele tem o apoio de democratas importantes para o projeto, incluindo o senador de Nova York Chuck Schumer, um proeminente parlamentar judeu, que deve ser o novo líder democrata no Senado no início de 2017. Israel tem criticado fortemente o acordo nuclear.
Corker reconheceu que não sabia se apoiadores da legislação no Senado teriam os 67 votos necessários para anular o esperado veto de Obama, que diz que a aprovação da medida prejudicaria as negociações com o Irã.
"Não sei se temos 67 votos... Temos 64 ou 65, dos quais estamos cientes hoje. Há muitos outros que está considerando a questão", disse Corker.
Com grande parte dos republicanos unidos nesta questão, e alguns, incluindo potenciais candidatos presidenciais em 2016, condenando ferozmente o acordo, o papel-chave será dos legisladores do Partido Democrata de Obama.
Muitos não confiam no Irã e temem que as medidas de verificação não são adequadas e enfrentam um lobby enérgico de Israel, cujo primeiro-ministro, Benyamin Natanyahu, diz que o acordo conforme configurado atualmente ameaça a segurança de seu país.
(Reportagem adicional de Howard Schaneider e Yeganeh Torbati)