Por Brian Ellsworth
CARACAS (Reuters) - A poderosa Assembleia Constituinte da Venezuela elegeu nesta terça-feira como seu chefe o número 2 do Partido Socialista, Diosdado Cabello, impulsionando a força de um líder político que os Estados Unidos acusaram de ser um coordenador de carregamentos internacionais de drogas.
O presidente Nicolás Maduro comandou no ano passado a criação da assembleia de 545 membros, que a oposição e governos estrangeiros chamaram de consolidação de uma ditadura, à medida que deu amplo poder ao governista Partido Socialista.
A votação desta terça-feira aparenta reverter anos de influência minguante de Cabello, que foi um dos aliados mais próximos do falecido líder socialista Hugo Chávez, mas cuja presença enfraqueceu após a eleição de 2013 de Maduro.
“Vocês podem contar com este soldado, eu não irei descansar por um único instante”, disse Cabello, um ex-militar, em discurso de posse televisionado.
Impondo sanções, autoridades dos EUA acusaram em maio Cabello e Maduro de lucrarem com carregamentos ilegais de narcóticos.
Cabello, que frequentemente provoca críticos em seu próprio programa semanal na TV estatal, rejeitou as acusações como invenções feitas para manchar sua reputação.
Os deputados da Assembleia Constituinte são todos apoiadores do Partido Socialista porque a oposição boicotou a eleição de 2017 que criou a assembleia.
Oficialmente encarregada de reescrever a Constituição, a Assembleia Constituinte assumiu muitas das funções do legislativo, comandando pela oposição, sem avançar até o momento em reforma constitucional.