SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério da Transparência declarou inidônea nesta quarta-feira a empresa Alumini Engenharia, envolvida na operação Lava Jato, decisão que impede a companhia em recuperação judicial de contratar com a administração pública nas três esferas de governo por no mínimo dois anos.
Segundo comunicado, a decisão foi tomada pelo ministro Torquato Jardim em virtude de irregularidades investigadas na Lava Jato, que apura um bilionário esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4), e será publicada na edição de quinta-feira do Diário Oficial da União.
"O processo utilizou informações compartilhadas pela Justiça Federal e outras colhidas junto a diversos órgãos, como o Ministério Público Federal (MPF) e a própria Petrobras. Além disso, o Ministério da Transparência colheu depoimentos de colaboradores que firmaram acordo de delação premiada", diz trecho do documento.
O ministério afirma que a irregularidade cometida pela Alumini foi caracterizada "pelo pagamento de propinas a agentes públicos com a finalidade de garantir a continuidade de ajustes anticompetitivos".
"Além disso, as propinas permitiam aos representantes da empresa exercer influência indevida sobre agentes públicos e receber tratamento diferenciado. Ficou ainda comprovado o uso de empresas de fachada para dissimular pagamentos", disse a pasta.
Segundo o ministério, foram instaurados procedimentos contra 29 empresas e seis delas, incluindo a Alumini, foram consideradas inidôneas.
"Eventual reabilitação está condicionada ao ressarcimento do dano ao erário", afirmou o Ministério.
(Por Eduardo Simões)