Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - Após a desistência do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e do governador de Goiás, Marconi Perillo, de concorrerem à Presidência do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai se lançar candidato ao comando tucano com o discurso da unidade partidária, afirmou à Reuters uma fonte ligada diretamente a ele.
A expectativa é que o lançamento da candidatura de Alckmin, na noite desta segunda-feira, conte com a participação de Tasso, Perillo e outros tucanos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A avaliação do interlocutor de Alckmin é que uma eventual disputa de Tasso e Perillo poderia deixar o partido ainda mais fragmentado e que poderia ter reflexos na costura das alianças partidárias do PSDB na campanha de 2018. "O Geraldo pacifica um pouco o partido", afirmou essa fonte.
Com o recuo do prefeito de São Paulo, João Doria, em buscar uma candidatura presidencial, o governador paulista tornou-se o principal nome do partido para a disputa ao Palácio do Planalto.
Ainda assim, segundo esse interlocutor, o partido -na convenção partidária marcada para o dia 9 de dezembro- deverá romper com o governo do presidente Michel Temer. A tendência é que os ministros do partido -Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes Ferreira (Itamaraty) e Luislinda Valois (Direitos Humanos)- deixem os cargos ou, se permanecerem, vão ficar na cota pessoal de Temer.
Para não se manter distante de Temer, Alckmin deverá fazer uma defesa da aprovação da nova versão da reforma da Previdência pela Câmara. A avaliação de aliados é que ele reconstruiu nos últimos meses as pontes com Temer -presidente licenciado do PMDB, principal partido do país-, participando de uma série de agendas públicas com ele.
Alckmin atuou nos bastidores para que a bancada do PSDB na Câmara apoiasse a aceitação da primeira denúncia contra o presidente em agosto. Os deputados tucanos, entretanto, ficaram divididos na ocasião.