BRASÍLIA (Reuters) - Pouco depois de ter virado réu por corrupção passiva e obstrução de Justiça, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta terça-feira, em entrevista coletiva, que terá agora a oportunidade de provar "de forma absoluta e definitiva" a correção dos atos que praticou e preferiu atacar a delação dos executivos da J&F e o Ministério Público Federal.
Ex-candidato a presidente pelo PSDB e ex-presidente do partido, o tucano disse estar sendo processado por ter aceito um empréstimo de um empresário, o que seria uma transação com "recursos privados de origem lícita" para pagar despesas com advogados.
"Não houve dinheiro público envolvido, ninguém foi lesado nessa transação", destacou. A Procuradoria-Geral da República, contudo, o acusou de ter recebido 2 milhões de reais em propina de executivos da J&F para defender interesses da empresa.
Para Aécio, o que houve foi uma "gravíssima ilegalidade", porque empresários da J&F, que ele chamou de "réus confessos" por terem cometido inúmeros crimes em associação com membros do Ministério Público, tentaram dar alguma impressão de irregularidade em uma operação privada para se verem livres de delitos que cometeram.
O tucano disse ainda que a acusação do MPF também quer puni-lo por votos que deu no Senado ou por posições públicas que defendeu.
Para ele, vai ser provada a absoluta correção dos atos que praticou.
(Reportagem de Ricardo Brito)