Por Nicolas Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - Os argentinos votam neste domingo em uma eleição presidencial que vai decidir quão profundas e rápidas serão as mudanças em um modelo econômico baseado na forte intervenção do Estado, que sofre pela falta de investimentos.
Daniel Scioli, o candidato do governo peronista que promete ajustes graduais, lidera as pesquisas, mas não está claro se ele poderá evitar um segundo turno, em que as chances da oposição aumentariam.
Scioli, governador da província de Buenos Aires, se comprometeu a manter os subsídios para os mais pobres que, juntamente com um elevado nível de emprego, tem cimentado a popularidade da atual presidente Cristina Kirchner, de centro-esquerda. Mas garante que mudanças na economia serão feitas de forma gradual.
"Se você comparar a forma como eles receberam o governo (2003) e como vão entregá-lo, é preciso reconhecer muitos avanços, mas nunca o suficiente para agradar a todos. É preciso fazer ajustes, mas sem alterações profundas", disse Silvia Alem, uma advogada de 33 anos, sobre os governos de Cristina e do marido e antecessor, Nestor Kirchner.
O opositor de centro-direita Mauricio Macri é o principal rival de Scioli, embora o dissidente peronista Sergio Massa também esteja em busca de uma vaga no segundo turno contra o candidato do partido governista.
Os dois candidatos da oposição prometem reduzir impostos muito questionados pela classe média e acabar com fortes restrições sobre os mercados, especialmente o de câmbio, e o comércio exterior. Espera-se que Macri implemente as mudanças mais rapidamente.
Embora os três candidatos tenham muitas diferenças ideológicas, suas propostas não são tão diferentes: tudo indica que o país vai dar uma guinada rumo a políticas econômicas mais amigáveis aos mercados após 12 anos de regime peronista de centro-esquerda, tentando manter as conquistas sociais.