BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação do governo federal fechou 2016 a 1,29 trilhão de reais, com queda real de 2,97 por cento e no pior resultado desde 2010, apesar das receitas extraodinárias obtidas no ano passado com a regularização de ativos no exterior, que renderam 46,8 bilhões de reais aos cofres públicos.
Apenas em dezembro, informou a Receita Federal nesta sexta-feira, a arrecadação teve baixa de 1,19 por cento sobre novembro, a 127,607 bilhões de reais. O desempenho para o mês foi o mais fraco desde 2009.
Após contração de 3,8 por cento no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, o ano passado foi marcado por outro forte recuo na atividade, com economistas ouvidos pela pesquisa Focus do Banco Central projetando tombo de 3,5 por cento.
O cenário de recessão impactou diretamente a arrecadação de importantes tributos, com destaque para Cofins/Pis-Pasep, com queda de 6,89 por cento sobre 2015, equivalente a 19,5 bilhões de reais, diante da queda no volume de vendas e de serviços.
Também foram expressivas as retrações vistas no Imposto de Importação/IPI-Vinculado (-16,1 bilhões de reais no ano) e na receita previdenciária (-14,1 bilhões de reais), esta última fundamentalmente afetada pela redução da massa salarial no país.
No ano, as desonerações tributárias caíram 14,6 bilhões de reais sobre 2015, mas fecharam o ano no patamar ainda expressivo de 90,7 bilhões de reais.
Considerando somente dezembro, a arrecadação teve baixa de 1,19 por cento sobre novembro, já descontada a inflação, a 127,607 bilhões de reais. O desempenho para o mês foi o mais fraco desde 2009.
(Por Marcela Ayres)