SÃO PAULO (Reuters) - A base do governo do presidente Michel Temer tem enfrentado dificuldades para avançar com o processo de privatização da Eletrobras (SA:ELET3), encaminhado por meio de um projeto de lei que tem tramitado em uma comissão especial na Câmara dos Deputados, segundo avaliação do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Eletrobras está lá na comissão, estou trabalhando por ela. A base tem tido dificuldades para organizar a sua maioria até para aprovar requerimento, e eu tenho trabalhado a favor e dito que é importante", disse Maia, em coletiva de imprensa após evento com investidores em São Paulo.
O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), relator do texto na comissão especial da Câmara, disse na semana passada o que o projeto caminhará "na velocidade que o Congresso permitir" e que o governo precisa angariar mais votos favoráveis.
O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que assumiu o cargo recentemente, também prometeu que o presidente Michel Temer publicaria em poucos dias um decreto que incluiria a Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização (PND), o que ainda não se aconteceu.
Apesar do atraso, o governo ainda trabalha com a expectativa de publicação do decreto, o que permitiria a contratação de estudos sobre o processo de privatização.
Maia defendeu a desestatização da elétrica federal, citando que nos últimos anos a Eletrobras só tem gerado prejuízos. "O sistema Eletrobras suga da sociedade bilhões de reais todos os anos", disse.
"Acredito que a modelagem é boa. Se a gente conseguir que o setor privado assuma o sistema Eletrobras, a gente vai ter uma agência reguladora séria, forte, a gente vai ter condições de ter mais investimentos e que o Estado brasileiro deixe de sugar da sociedade recursos para manter um sistema ineficiente", argumentou.
Na terça-feira, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que trabalha com a expectativa de que o projeto da privatização seja aprovado até o fim de maio no Congresso Nacional.
(Por Laís Martins)