O ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, disse hoje (2) que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de aceitar denúncia contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não tem “interferência vinculante” com o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Para o ministro, ritmo do processo de impedimento da presidenta varia de acordo com o desempenho econômico, político e social do governo.
“O processo de impeachment está aberto, portanto, não tem pá de cal [com a decisão do STF]. Evidentemente, ele está com outro ritmo em relação ao final do ano passado, mas acredito que esse assunto não tem uma interferência totalmente vinculante. A maior interferência do processo de impeachment é a conjuntura geral do país que estamos trabalhando para melhorar na economia, na política e o impacto social”, disse o ministro.
Sobre a eventual saída de Cunha do cargo, Berzoini afirmou que essa decisão cabe aos deputados. “É uma questão judicial e o governo não tem, desde o processo que envolve o deputado, feito qualquer observação de caráter político. A Câmara é soberana para tomar suas decisões”, afirmou Berzoini após participar da cerimônia do 2º Encontro Nacional dos Municípios, promovido pela Associação Brasileira de Municípios (ABM), em Brasília.
O ministro negou ainda que a saída do José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça tenha ocorrido por pressões do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não conheço nenhuma pressão para que o ministro tenha decidido tomar a decisão que tomou. Ele é nosso colega, tem um bom desempenho, com uma atitude sempre responsável em relação ao governo. Portanto desconheço qualquer pressão", disse Berzoini.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Cardozo afirmou hoje que deixou o cargo por desgaste pessoal e político dentro do PT.