Por Mateus Maia e Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - Pesquisa de boca de urna do Ibope apontou que a disputa pela Presidência da República deve ser definida em um segundo turno entre os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) e, com 68,27 por cento das seções eleitorais apuradas, o ex-capitão do Exército lidera com folga, mas sem chegar ao patamar de metade dos votos mais um para vencer no primeiro turno.
A boca de urna do Ibope apontou Bolsonaro com 45 por cento dos votos válidos, seguido por Haddad, com 28 por cento, Ciro Gomes (PDT), com 14 por cento, e Geraldo Alckmin (PSDB), com 4 por cento.
O Ibope entrevistou 30 mil eleitores neste domingo. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
Até o momento, com mais de dois terços das seções apuradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro lidera com 48,42 por cento e Haddad tem 26,56 por cento. Ciro Gomes (PDT) tem 12,37 por cento e Geraldo Alckmin registra até o momento 4,88 por cento.
Mantido o cenário atual e confirmado o que aponta a pesquisa de boca de urna do Ibope, Bolsonaro e Haddad deverão fazer um segundo turno de caráter plebiscitário: de um lado o antipetismo, encarnado pelo ex-capitão, de outro o petismo e o lulismo, representado por Haddad. Os dois candidatos registraram índice elevado de rejeição entre o eleitorado, segundo pesquisas de opinião.
"Muito provavelmente nós vamos ter uma eleição de segundo turno que vai estar muito mais marcada por elementos negativos --quer dizer, Haddad tentando desconstruir Bolsonaro e Bolsonaro tentando desconstruir Haddad-- do que de fato por uma lógica de valores positivos", disse o cientista político Creomar de Souza, da Universidade Católica de Brasília.
(Reportagem adicional de Alexandre Caverni e Eduardo Simões, em São Paulo)