Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira em entrevista ao SBT que, se vencer a eleição no dia 28, o Banco Central continuará decidindo sobre a taxa de juros sem interferência política.
"Sem interferência, inclusive o Banco Central independente de política, o tripé macroeconômico tem que continuar em vigor, e o Paulo Guedes está com uma equipe muito grande e trabalha nesse sentido. A responsabilidade dele é enorme nessa área", disse Bolsonaro à emissora.
Na entrevista, o ex-capitão do Exército também reiterou que a proposta de reforma da Previdência que está no Congresso dificilmente será aprovada.
"Nós vamos fazer a nossa reforma. Essa que está aí dificilmente vai ser aprovada. Não podemos penalizar, por exemplo, quem já tem direito adquirido. O próprio servidor público já sofreu duas reformas previdenciárias. Podemos mexer em alguma coisa, sim. Temos ideias e propostas neste sentido. Mas ninguém será penalizado", garantiu, sem dar detalhes sobre qual reforma previdenciária proporá caso vença a eleição.
Bolsonaro disse ainda que até poderá fazer mudanças na Previdência dos militares, mas afirmou que não igualaria o regime dos membros das Forças Armadas ao dos demais trabalhadores.
"Quando se fala em Previdência do militar, ela é diferente. Nós não temos hora extra, fundo de garantia, direito a greve, repouso remunerado, nada. Ao longo de 30 anos de carreira, na verdade, o militar trabalha 45 anos. Você propor alguma mudança, sim, mas você não pode igualar aos demais com direitos trabalhistas diferentes", afirmou.
O ex-capitão do Exército reiterou ainda que não elevará impostos e voltou a rejeitar a criação de um imposto nos moldes da extinta CPMF, como teria chegado a ser aventado pelo economista Paulo Guedes, que Bolsonaro já anunciou como ministro da Economia caso ele seja eleito.
"Não tem aumento de imposto, não tem criação de CPMF, não tem nada disso daí, muito pelo contrário", assegurou.