SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Albert Einstein, clinicamente estável e sem dor depois de passar por uma cirurgia de cerca de sete horas para retirada de uma bolsa de colostomia colocada em setembro do ano passado, após ter sido esfaqueado, informou boletim médico nesta segunda-feira.
Segundo o hospital, a cirurgia incluiu a reconstrução do trato intestinal de Bolsonaro e teve de lidar com aderências no intestino decorrentes de dois procedimentos a que ele foi submetido.
"O procedimento teve duração de 7 horas, ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue. No momento, o paciente encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva, clinicamente estável, consciente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, prevenção de infecção e de trombose venosa profunda", afirma o boletim médico divulgado pelo hospital.
O porta-voz da Presidência, general Otávio Santana do Rêgo Barros, admitiu que a cirurgia foi mais demorada do que o previsto inicialmente --falava-se em três horas-- e disse que as aderências no intestino obrigaram os cirurgiões a realizarem uma "verdadeira obra de arte" durante a operação.
"Não quero adentrar nos aspectos técnicos, mas a cirurgia foi conduzida de forma muito especial, muito cuidadosa, particularmente porque o presidente possuía, em razão das duas outras cirurgias, uma quantidade de aderências... E essas aderências exigiram do corpo médico uma verdadeira obra de arte em relação à cirurgia", disse Rêgo Barros, acrescentando que a cirurgia começou por volta de 8h30 e terminou em torno de 15h30.
O porta-voz repetiu que o presidente deverá ter repouso absoluto nas próximas 48 horas, período durante o qual o vice-presidente, Hamilton Mourão, exerce a Presidência. Segundo Rêgo Barros, Bolsonaro deve reassumir a Presidência por volta das 10h de quarta-feira.
Uma sala do hospital foi equipada para servir de gabinete para Bolsonaro poder despachar enquanto permanecer lá. Segundo o porta-voz, continua a expectativa de que o presidente fique internado por 10 dias.
Essa foi a terceira cirurgia do presidente como decorrência do atentado sofrido em setembro passado, em Juiz de Fora (MG).
Bolsonaro, de 63 anos, foi esfaqueado durante evento de campanha na cidade mineira e teve que passar por uma delicada cirurgia de emergência na Santa Casa de Misericórdia local por conta de ferimentos nos intestinos grosso e delgado e em uma veia abdominal.
Na semana seguinte, já internado em São Paulo, passou por uma segunda cirurgia para desobstrução intestinal depois que exames detectaram aderência nas paredes do intestino.
(Por Eduardo Simões)