Por Eduardo Simões
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro fez nesta segunda-feira um apelo público ao presidente do Banco do Brasil (SA:BBAS3), Rubem Novaes, para que o banco estatal reduza os juros dos empréstimos cobrados do setor agropecuário.
Em discurso na cerimônia de abertura da Agrishow, feira do setor agropecuário realizada em Ribeirão Preto (SP), Bolsonaro também afirmou que seu governo está fazendo estudos para conceder e privatizar portos e defendeu que a propriedade privada é sagrada.
"Vocês, do campo, precisam de ajuda em alguns setores, não apenas que o Estado não atrapalhe, precisam de ajuda. Agradeço aqui o nosso prezado Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, que traz 1 bilhão de reais para investir nessa área", disse o presidente em seu discurso.
"Eu apenas apelo, Rubens --me permite fazer uma brincadeira aqui, né?--, eu apenas apelo para o seu coração, para o seu patriotismo, para que esses juros --tendo em vista você parecer um cristão de verdade-- caiam um pouquinho mais. Tenho certeza que as nossas orações tocarão o seu coração", disse Bolsonaro.
À noite, o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, procurou rechaçar entendimentos de que Bolsonaro estaria interferindo nos juros do Banco do Brasil.
"Quando o presidente fez esse comentário com o presidente do BB, foi um comentário em ambiente muito amigável. Obviamente que o presidente não quer e não intervirá em qualquer aspecto que esteja relacionado a juros", disse o porta-voz.
REFORMA AGRÁRIA
Bolsonaro também disse à plateia de representantes do agronegócio que será disponibilizado mais 1 bilhão de reais para o seguro rural.
O presidente também defendeu a realização de uma reforma agrária "sem viés ideológico" que deve começar pelo que ele chamou de "lotes ociosos".
Bolsonaro também disse que deve entrar na pauta da Câmara dos Deputados na próxima semana uma proposta que estende a posse de armas para toda a extensão da propriedade rural e disse que a defesa da propriedade privada é uma forma de garantir a segurança jurídica no campo
"A propriedade privada é sagrada e ponto final", disse.