Investing.com – O Deutsche Bank indica posicionamento underweight no mercado brasileiro no primeiro semestre de 2025, equivalente à venda, de acordo com relatório divulgado em dezembro. A política fiscal está entre as principais preocupações, de acordo com o documento.
“O último pacote fiscal indica que o atual presidente favorece o aumento das transferências para atingir a classe média - à custa da sustentabilidade fiscal e da inflação”, acredita o banco, citando, como consequência, aumento da inflação, dos juros, da fragilidade da moeda e da instabilidade geral. Isso ocorre em meio a um ano crucial para a economia e os mercados, com formação de coligações políticas em torno dos candidatos mais promissores para as eleições presidenciais de 2026.
“A capacidade de formar coligações viáveis será crucial para a sobrevivência política para além de 2025 e para evitar uma escalada de iniciativas (fiscalmente) negativas do Congresso que acelerem o processo eleitoral e tragam mais turbulência aos mercados”, argumenta o Deutsche Bank, com capítulo destinado ao Brasil chamado ‘Dilma II - Reloaded.
“Esperamos que as taxas continuem a subir até que sejam adotadas medidas compensatórias e a economia mostre sinais claros de abrandamento. Embora o país possa ter um desempenho superior em 2025, também pode entrar numa crise de dívida de pleno direito”, alerta o Deutsche Bank.
O cenário fiscal e alta do dólar indicam uma inflação superior a 5% em 2025 e próxima de 5% em 2026, estima. Em relação à política monetária, o banco diz que Brasil deve “enfrentar os seus desafios idiossincráticos”, mas espera que a política seja de cortes em doses graduais no quarto trimestre. A estimativa é de crescimento da economia de 2% em 2025.
Para a América Latina, o banco indica posicionamento overweight, equivalente à compra, para México e Colômbia, com posição neutra em Chile.