(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse em vídeo divulgado em suas redes sociais nesta sexta-feira que não tem conhecimento de que apoiadores tenham financiado o envio em massa de mensagens pelo WhatsApp contra o petista Fernando Haddad, seu rival no segundo turno da corrida presidencial, e pediu que, se houver aliados fazendo isso, que parem de fazer.
"Se por ventura alguém estiver fazendo trabalho sobre isso --empresários, alguém que tenha recurso-- peço para não fazê-lo porque está previsto em lei que esse tipo de propaganda não é admissível", disse o capitão reformado do Exército, que afirmou que sua campanha não tem recursos para utilizar este tipo de ferramenta.
"Conhecimento nenhum meu. Nós não precisamos disso. O PT por si só, você falar a verdade sobre ele, é o suficiente para você, com toda a certeza, sair vitorioso de uma campanha", disparou.
Na quinta-feira, o jornal Folha de S.Paulo publicou matéria que afirma que empresários teriam financiado o envio em massa de mensagens pelo WhatsApp contra a campanha petista, o que configuraria caixa dois e financiamento ilegal de campanha.
O PT entrou com ação contra Bolsonaro por conta desta denúncia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Haddad afirmou que o segundo turno da eleição deveria ser entre ele e o candidato do PDT, Ciro Gomes, que terminou o primeiro turno na terceira posição. [nL2N1WY21D] [nL2N1WY157]
No vídeo, Bolsonaro também afirma que ainda tem restrições por conta das duas cirurgias a que se submeteu após a facada que sofreu no início de setembro e expressou ter preocupações com sua segurança.
"Eu tenho uma bolsa de colostomia aqui do lado e a restrição vem daí. Ela pode se romper e eu teria uma recaída. Então a minha saúde em primeiro lugar", disse o presidenciável, acrescentando que a previsão dos médicos é de que ele passe por uma nova cirurgia para retirada da bolsa de colostomia em dezembro.
"Se eu desistir ou perder a vida agora, de acordo com a nossa Constituição, vem aí o terceiro colocado para disputar o segundo turno. Então, de posse disso, na mesa, não estou acusando ninguém de querer me tirar de combate dessa forma, mas o quadro é esse. Cada um que faça as suas projeções e se coloque no meu lugar e como procederia nesse momento."
Bolsonaro citou esses dois fatores --restrições médicas e preocupação com a segurança-- para justificar que "dificilmente" participará de debates no segundo turno.
"Temos a questão do meu estado de saúde ainda, estou com restrições. E por outro lado pesa o fator segurança. Então, baseado nisso, dificilmente eu comparecerei a debates."
Na véspera, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, havia anunciado que Bolsonaro não participará de debates no segundo turno. [nL2N1WY285]
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)