Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O candidato à Presidência da República e líder nas pesquisas de intenção de voto Jair Bolsonaro (PSL) afirmou neste domingo que tem a intenção de utilizar as Forças Armadas nas ruas para patrulhamento de rotina caso consiga aprovar no Congresso excludentes de ilicitude para isso.
Capitão reformado do exército, Bolsonaro afirmou que “estamos em guerra” e é necessário dar os meios para os soldados combaterem.
“Se o Parlamento nos der esse poder de licitude, botaria sim as Forças Armadas na rua, ouvindo o meu ministro da Defesa, bem como o respectivo governador daquele Estado”, disse em entrevista à TV Band divulgada em vídeo de sua equipe em seu perfil do Twitter (NYSE:TWTR).
“Não quero dar carta branca nem para as Forças Armadas nem para as forças de segurança pública para matar. Agora, eu quero dar a garantia que eles possam reagir, se for o caso abater o outro lado, e não ter punição”, afirmou o presidenciável, criticando a forma não planejada como ocorreu a intervenção militar na área de segurança pública do Rio de Janeiro.
Em referência ao comentário de seu adversário eleitoral Fernando Haddad (PT), que afirmou no sábado defender interesses nacionais e não bater continência para a bandeira dos Estados Unidos, Bolsonaro disse que teve uma postura de respeito em relação à bandeira do país.
“Olha eu estava nos Estados Unidos, tenho um profundo respeito pelo governo americano e nesse evento, quando foi feita a abertura, apareceu a bandeira americana. Eu dei uma continência como capitão do Exército, como cidadão, que é um gesto de respeito e uma forma de saudar um símbolo internacional. Eu saúdo a bandeira americana, não como eles saúdam a bandeira cubana."
Haddad falava no sábado de elogios de Bolsonaro às políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e vídeo em que o deputado aparece batendo continência para a bandeira dos EUA.
“Eu não bato continência para a bandeira americana. Não vou deixar instalar uma base americana aqui, não vou dar Alcântara para os americanos, não vou dar Amazônia, não vou dar o pré-sal...Quem é ele para alienar o nosso patrimônio? Nós é que descobrimos, com pesquisa, com ciência”, afirmou o petista na véspera.