BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil tem como prática não intervir em assuntos de outros países, disse nesta quarta-feira o presidente em exercício, Hamilton Mourão, ao ser questionado sobre a possibilidade de uma intervenção militar brasileira na Venezuela, após o presidente Jair Bolsonaro reconhecer o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, como presidente interino do país vizinho.
Mourão afirmou ainda que o governo brasileiro não mantém conversas com militares venezuelanos e afirmou que o que existe é uma "relação institucional" entre os ministros da Defesa dos dois países.
"O Brasil não participa de intervenção, não é da nossa política externa intervir nos assuntos internos de outros países", disse Mourão.
Mais cedo, quando indagado sobre a possibilidade de enviar as Forças Armadas dos EUA à Venezuela, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que não está considerando nada, mas que todas as opções estão sobre a mesa.
O presidente em exercício, que ocupa o cargo enquanto Bolsonaro está em Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial, também disse que usinas termelétricas são o plano de contingência em caso de problema com a energia venezuelana que é vendida ao Brasil para abastecer Roraima.
"O plano de contingência são as termoelétricas que existem lá. Aí teria que abastecer mais essas termoelétricas com óleo", disse Mourão a jornalistas.
(Reportagem de Mateus Maia)