Agência Brasil - Após duas etapas de reuniões e um encontro hoje (17) do presidente Jair Bolsonaro com críticos e opositores do governo de Nicolás Maduro, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, divulgou um comunicado informando que “tudo fará” para ajudar o povo da Venezuela a superar as dificuldades e viver em liberdade.
“O Brasil tudo fará para ajudar o povo venezuelano a voltar a viver em liberdade e a superar a catástrofe humanitária que hoje atravessa”, diz o texto.
O comunicado reitera que o Brasil considera ilegítimo o segundo mandato de Maduro, que tomou posse há uma semana. Segundo a nota, o governo venezuelano atua como um sistema de “crime organizado” baseado em corrupção generalizada e tráfico de drogas e pessoas.
“O sistema chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado. Está baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na lavagem de dinheiro e no terrorismo”, informa o documento.
Liderança
No comunicado do Itamaraty, o governo brasileira destaca a liderança do Brasil no processo de negociação para alternativas à crise da Venezuela. “O papel-chave do Brasil, sob a liderança do Presidente Bolsonaro, na mudança do cenário venezuelano, onde pela primeira vez em muitos anos ressurge a esperança da democracia, foi reconhecido por todos os líderes venezuelanos.”
Pelos relatos dos presentes às reuniões, há na Venezuela cerca de 300 mil pessoas com risco de morrer de fome. O desabastecimento é cada vez mais intenso, assim como a falta de emprego e perspectivas.
“Mais de 11 mil recém-nascidos perdem a vida anualmente por falta de atendimento primário pós-natal. O déficit de medicamentos é de 85%. Os líderes venezuelanos enfatizaram que se trata de um genocídio silencioso, perpetrado pela ditadura de Maduro contra seu próprio povo.”
Reuniões
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, coordenou hoje duas reuniões com representantes de países do Grupo de Lima e dos Estados Unidos, além do presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela e outros magistrados do mesmo tribunal, bem como com representante do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).
De acordo com o Itamaraty, foram reuniões separadas. Uma etapa com os representantes do Grupo de Lima e dos Estados Unidos e outra com os venezuelanos e o secretário da OEA. Em ambos os encontros, o tema foi o agravamento da crise na Venezuela. O presidente Bolsonaro recebeu o presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela em exílio, Miguel Ángel Martins, e o assessor de Assuntos Institucionais da Organização dos Estados Americanos (OEA), Gustavo Cinose.
“A reunião teve por objetivo analisar a situação na Venezuela decorrente da ilegitimidade do exercício da presidência por Nicolás Maduro e da manifestação do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, de sua disposição de assumir a Presidência da Venezuela interinamente, seguindo a Constituição venezuelana. Teve igualmente por objetivo discutir ideias de ação concreta para restabelecer a democracia na Venezuela.”