Por Alistair Smout
LONDRES (Reuters) - Eleitores britânicos poderão mudar os termos da relação do país com a União Europeia após deixar o bloco, caso não gostem do acordo final do Brexit, disse o ministro sênior do gabinete Michael Gove neste sábado.
O Reino Unido e a UE alcançaram "progresso suficiente" nas negociações do Brexit na sexta-feira para permitir que avancem na discussão dos futuros laços comerciais, em uma medida bem-vinda por Gove e outros apoiadores do Brexit do Partido Conservador da primeira-ministra Theresa May.
No entanto, enquanto Gove, que é Ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, reiterou seu apoio a May, ele alimentou críticas ao acordo ao dizer que caso os britânicos estejam insatisfeitos com os termos do Brexit, futuros governos poderão mudá-lo.
"O povo britânico estará no controle. No momento da próxima eleição, a lei da UE e qualquer novo tratado com a UE terá deixado de ter primazia ou efeito direto na legislação britânica", escreveu Gove em coluna no jornal Daily Telegraph.
"Caso o povo britânico não goste do arranjo que negociamos com a UE, o acordo permitirá que um governo futuro discorde."
O Reino Unido deve sair da UE em março de 2019. A próxima eleição não está agendada até 2022, embora tenha havido especulações na imprensa britânica de que poderia ocorrer mais cedo, dada a falta de maioria parlamentar de May e as profundas divisões dentro de seu partido por conta o Brexit.
Algumas vozes eurocéticas de fora do governo disseram que May traiu os votos britânicos do "sim" ao Brexit e que cedeu às demandas da UE com o acordo.
(Reportagem de Alistair Smout)