(Reuters) - O ministro José Eduardo Cardozo negou acusação publicada no site da revista IstoÉ, atribuída à suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), segundo a qual Cardozo teria ajudado a presidente Dilma Rousseff em tentativas de interferir na operação Lava Jato e na indicação de ministros de tribunais superiores para favorecer a liberação de acusados presos.
“Jamais. A postura sempre foi a mesma que tive com a Polícia Federal, de independência de apuração e independência de julgamento", disse a jornalistas Cardozo após tomar posse como ministro Advocacia-Geral da União (AGU). "Aliás, os réus estão presos, que articulação é essa?”.
Para Cardozo, se Delcídio fez mesmo uma delação premiada, como noticiou a mídia nesta quinta-feira, “a possibilidade de mais uma vez ter faltado com a verdade é grande”.
“O senador Delcídio, lamentavelmente, depois de todos os episódios não tem credibilidade para fazer nenhuma afirmação”, disse Cardozo, que era ministro da Justiça antes de assumir a AGU.
Presente à posse de Cardozo, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse não acreditar que Delcídio tenha feito as acusações.
“Não acredito que ele tenha dito isso. E se disse, não é verdade. Ele é uma pessoa que não teve condições de pedir coisas nem para ele, teria condições de pedir em nome de terceiros?", disse Teixeira, rejeitando relatos da suposta delação premiada envolvendo Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
(Reportagem de Leonardo Goy e Lisandra Paraguassu)