BRASÍLIA (Reuters) - O deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI), que deixou temporariamente o comando do Ministério da Saúde para participar da eleição que reconduziu o colega Leonardo Picciani (PMDB-RJ) à liderança do partido na Câmara, disse ter a expectativa de retomar a pasta já na quinta-feira e afirmou que participará na próxima semana de debate no Senado sobre o Zika vírus.
Castro foi criticado e chegou a ser alvo de protesto nesta quarta-feira no plenário onde ocorria a disputa pela liderança da bancada – pessoas caracterizadas de mosquito Aedes aegypti, transmissor do Zika vírus, da dengue e da chikungunya, tentaram entrar na sala de audiências e jogaram pequenos papéis com impressões do inseto.
“Estou nessa expectativa”, disse Castro ao ser questionado se voltaria à pasta na quinta-feira. “A minha ideia foi me afastar do ministério por um dia”, explicou.
Na terça-feira circulava a possibilidade de ser votado na Câmara um requerimento de convocação do ministro para explicar o recente aumento nos casos de Zika e sua relação com a microcefalia. Parlamentares governistas e favoráveis ao líder do PMDB viram na tentativa uma ameaça de retaliação.
Castro, no entanto, negou que uma possível convocação tivesse relação com a disputa pelo comando da bancada peemedebista e se colocou à disposição. Acrescentou que já havia acertado com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de participar de uma sessão de debates na Casa sobre o tema.
“Aceitei de pronto”, disse. “E se a Câmara me convocar, me convidar, eu até me ofereço a vir e virei com imenso prazer.”
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)