SANTIAGO (Reuters) - O Grupo de Lima, formado por vários países das Américas, deve adotar medidas de outro nível para abordar a crise que atinge a Venezuela em meio à próxima eleição presidencial no país, disse o chanceler chileno, Roberto Ampuero, em nota publicada neste sábado em um jornal local.
Ampuero, que está nos Estados Unidos antes de participar de uma cúpula do Grupo de Lima na Cidade do México, disse que o Chile estuda a possibilidade de deixar Caracas sem uma representação diplomática em um "claro" sinal ao governo venezuelano.
Ele acrescentou que as medidas a serem adotadas pelo grupo não devem afetar mais a população da Venezuela, que enfrenta uma profunda crise política e humanitária nas vésperas das eleições de 20 de maio, nas quais o presidente Nicolás Maduro busca a reeleição contra uma oposição dividida.
"Se haverá uma declaração do Grupo de Lima... não pode ser uma declaração a mais, com a qual o presidente Nicolás Maduro simplesmente escreve seu despacho", disse Ampuero ao jornal La Tercera.
"Tem que ser uma declaração de uma nova qualidade, de um novo nível, que implique elementos que se estão vendo e estão sendo discutidos com outros chanceleres. E, ao mesmo tempo, isso deve ser acompanhado de medidas que tenham impacto concreto", acrescentou.
Ampuero mencionou que entre as medidas que poderiam ser adotadas pelo bloco está um controle maior sobre os vistos de entrada que se dão a certas personalidades da direção do governo de Maduro, o que se soma a medidas financeiras adotadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
O Grupo de Lima é formado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.
(Reportagem de Antonio de la Jara)