BOGOTÁ (Reuters) - A Colômbia anunciou na segunda-feira sua saída da União de Nações Sul-americanas (Unasul), uma decisão que será efetivada dentro de seis meses, por considerar que o organismo tem sido cúmplice do regime do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O bloco foi criado em 2008 pelo então líder socialista da Venezuela Hugo Chávez para contrabalançar a influência dos Estados Unidos na região, e em um momento no qual vários presidentes de esquerda governavam na América do Sul.
"No dia de hoje, por instruções precisas, o senhor chanceler da República enviou à Unasul a carta na qual denunciamos o tratado constitutivo dessa entidade, e em seis meses se efetivará a saída da Colômbia dessa organização", disse o presidente Iván Duque.
Já em abril Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru haviam anunciado que deixariam de participar por tempo indeterminado da Unasul porque, em sua opinião, o organismo se tornou acéfalo durante a presidência pro tempore da Bolívia, o que não cria as condições para a tomada de decisões.
"Não podemos continuar sendo parte de uma instituição que tem sido a maior cúmplice da ditadura da Venezuela", acrescentou Duque.
O presidente colombiano, que tomou posse em 7 de agosto, vem rechaçando as ações de Maduro, que qualifica como ditador e acusa de mergulhar a Venezuela em uma crise econômica e humanitária profunda que tem levado os cidadãos a migrarem para outras nações, especialmente a Colômbia.
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu de imediato a um pedido de comentários.
(Por Nelson Bocanegra)