Por Steven Grattan e Helen Murphy
SÃO PAULO (Reuters) - Os colombianos votam neste domingo em um segundo turno presidencial com candidatos que oferecem visões opostas, gerando temores de que o vencedor atrapalhe um frágil processo de paz ou inviabilize a economia.
Ivan Duque, ligado aos negócios e apoiado pelo ex-presidente de linha dura Alvaro Uribe, quer alterar um acordo de paz que considera muito tolerante com os rebeldes marxistas das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), mantendo o modelo econômico ortodoxo da Colômbia.
Seu rival, o ex-guerrilheiro esquerdista Gustavo Petro, prometeu enfrentar elites políticas, redistribuir terras para os pobres e gradualmente eliminar a necessidade de petróleo e carvão na quarta maior economia da América Latina.
"Estamos entre a cruz e a espada", disse o consultor financeiro Juan Jose Mojica, de 21 anos. "São dois extremos que podem destruir o desenvolvimento que o país conseguiu nos últimos anos."
Da quente costa do Caribe às alturas gélidas dos Andes, cerca de 11.230 seções de votação serão abertas às 13h (horário de Greenwich). As urnas fecham às 21h e os resultados são esperados em poucas horas.
Essas são as primeiras eleições desde o acordo de paz de 2016 com as FARC, que colocou fim a um conflito de cinco décadas que matou mais de 220 mil pessoas e desalojou milhões.
Duque quer mudar o acordo com punições mais duras para crimes de guerra das FARC, enquanto Petro promete apoiar o acordo existente e continuar um processo de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN) - último grupo rebelde ativo da Colômbia.