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Conselho de Ética da Câmara volta a adiar reunião sobre processo contra Cunha

Publicado 02.12.2015, 16:27
Atualizado 02.12.2015, 16:30
© Reuters. Cunha participa de sessão da Câmara em Brasília
PBR
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(Reuters) - O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados voltou a adiar nesta quarta-feira reunião do colegiado que poderia decidir dar ou não andamento ao processo que pede a cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), uma vez que a sessão do Congresso Nacional tem prioridade sobre o funcionamento de todas as comissões do Legislativo.

O presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), convocou para a terça-feira da próxima semana uma nova reunião do colegiado que deverá ter o processo contra Cunha como terceiro item da pauta.

As representações contra os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Alberto Fraga (DEM-DF) estão na frente na pauta do conselho, mas essa ordem pode ser invertida por decisão dos membros do conselho, segundo a Agência Câmara.

Os integrantes do Conselho de Ética precisam votar o relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), favorável ao andamento do processo contra Cunha, que é acusado de mentir à CPI da Petrobras (SA:PETR4) ao afirmar que não tem contas bancárias no exterior.

Documentos dos Ministérios Públicos do Brasil e da Suíça apontaram a existência de contas em nome do parlamentar e de familiares no país europeu. Cunha nega ter cometido irregularidades.

Também nesta quarta-feira, os três deputados petistas com assento no Conselho de Ética anunciaram, após reunião da bancada, que votarão pelo prosseguimento do processo contra o presidente da Câmara.

Havia expectativa sobre o posicionamento dos petistas, pois cabe a Cunha, como presidente da Câmara, decidir se dá ou não andamento aos pedidos de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Inicialmente, os petistas sinalizaram que votariam favoravelmente ao peemedebista no conselho para evitar a abertura de um impedimento contra a presidente.

Cunha rompeu com o governo em julho depois de ser acusado por um delator da operação Lava Jato, que investiga um bilionário esquema de corrupção na Petrobras, de receber 5 milhões de dólares em propina por conta de um contrato na estatal. Ele nega as irregularidades.

© Reuters. Cunha participa de sessão da Câmara em Brasília

Cunha é alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República por conta dessas acusações e de um inquérito no Supremo Tribunal Federal por causa das contas bancárias na Suíça.

(Reportagem de Eduardo Simões)

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