(Reuters) - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado aprovou nesta terça-feira, sem nenhum voto contrário, a recomendação para cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS).
Foram 13 votos a favor da cassação, uma abstenção e uma ausência. Segundo a Agência Senado, o processo vai agora para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que terá um prazo de cinco sessões ordinárias para fazer a avaliação do caso.
Para o relator, senador Telmário Mota (PDT-RR), não há dúvidas de que Delcídio abusou de suas prerrogativas na conversa com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras (SA:PETR4) Nestor Cerveró, que foi gravada.
Delcídio chegou a ser preso acusado de tentar obstruir as investigações da operação Lava Jato. Ele foi flagrado em um áudio oferecendo dinheiro, influência junto ao Judiciário e até uma rota de fuga para beneficiar o ex-diretor da Petrobras em troca do silêncio dele na operação Lava Jato.
"Quando um senador se propõe a auxiliar na fuga de um criminoso e a intervir no funcionamento de um tribunal, ele não só atinge o decoro parlamentar, como também macula a imagem do próprio Senado", disse Telmário, segundo a Agência Senado.
Para a defesa de Delcídio, não há provas legais que incriminem o senador, e os advogados disseram que irão recorrer à CCJ e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Delcídio não compareceu à reunião do Conselho de Ética.
Os advogados pediram uma pena mais branda, a perda temporária do mandato.