(Reuters) - O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou em depoimento no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga o presidente Michel Temer que seu silêncio nunca esteve à venda e negou ter recebido propina de delatores da J&F, controladora da JBS (SA:JBSS3), informou nesta quarta-feira seu advogado Rodrigo Sanchez Rios.
"Quanto aos fatos da JBS, o deputado ressaltou mais uma vez de forma firme que o silêncio dele nunca esteve à venda, ou seja, nunca procuraram ele, nem o presidente Temer, nem interlocutores próximos ao presidente para comprar o silêncio do deputado", disse o advogado a jornalistas em Curitiba.
Segundo Sanchez Rios, o ex-deputado rejeitou "categoricamente" todas as suspeitas que lhe foram imputadas referentes à delação da JBS. Cunha prestou depoimento em Curitiba, onde está preso desde o ano passado por envolvimento na operação Lava Jato. O ex-deputado foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro.
O advogado disse também que ele não respondeu a nenhuma das perguntas enviadas por Brasília que referiam-se a suspeitas de irregularidades sobre o FGTS. Segundo ele, cerca de 25 das 47 perguntas feitas no interrogatório. Afirmou que o ex-deputado depôs no inquérito como "declarante".
(Texto de Ricardo Brito, em Brasília)