SÃO PAULO (Reuters) - O deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na operação Lava Jato, disse nesta terça-feira em depoimento ao juiz Sérgio Moro ter um aneurisma cerebral e estar sob risco em um presídio em que não há condições de atendimento médico e onde, segundo ele, presos condenados por crimes violentos estão detidos.
Cunha prestou depoimento em ação penal em que é réu na Lava Jato acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas e negou as irregularidades.
Durante o depoimento, ele criticou o Ministério Público Federal e disse a Moro que está tendo seu direito de defesa cerceado por ter acesso limitado a seus advogados.
Ao afirmar que tem um aneurisma cerebral, Cunha lembrou o caso da ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que morreu na semana passada após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico, consequência da ruptura de um aneurisma.
"Eu também sofro do mesmo mal que acometeu a ex-primeira-dama Marisa Letícia, um aneurisma cerebral... O presídio onde ficamos não tem a menor condição de atendimento se alguém passar mal. São várias as noites em que presos gritam sem sucesso por atendimento médico e não são ouvidos pelos poucos agentes que lá ficam a noite", disse Cunha no depoimento a Moro.
Ele também afirmou correr risco depois de ser transferido da carceragem da Polícia Federal em Curitiba para um presídio estadual do Paraná que, de acordo com o parlamentar cassado, também abriga presos perigosos.
"Estamos misturados com presos condenados por violência... onde todos estão absolutamente sob risco", afirmou.
Cunha foi preso em outubro do ano passado na Lava Jato. Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Cunha teve o mandato parlamentar cassado depois de renunciar à presidência da Casa.
(Reportagem de Eduardo Simões) 2017-02-07T225627Z_1_LYNXMPED161AQ_RTROPTP_1_POLITICA-CUNHA-ANEURISMA.JPG