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Cunha diz que Dilma mentiu à nação ao falar de "barganha"; ministro rebate

Publicado 03.12.2015, 14:09
Atualizado 03.12.2015, 14:20
© Reuters. Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deixa a residência oficial em Brasília

Por Lisandra Paraguassu e Leonardo Goy

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira que a presidente Dilma Rousseff tentou barganhar a aprovação da CPMF em troca da absolvição dele no Conselho de Ética e que Dilma "mentiu à nação" ao afirmar que não aceitaria barganhas para tentar evitar um processo de impeachment.

Pouco depois, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, rebateu o presidente da Câmara e disse que quem mentiu foi ele ao ter afirmado que o deputado André Moura (PSC-SE) teria sido levado até a presidente para discutir pautas legislativas. O ministro afirmou ainda que nunca conversou com Moura sobre o arquivamento ou não e pedido de impeachment.

"O presidente da Câmara mentiu, porque ele afirmou que ontem (quarta) o deputado André Moura teria estado, levado por mim, com a presidente da República. O deputado André Moura não esteve com a presidente Dilma, esteve comigo, eu sempre discutindo com ele como emissário do presidente da Câmara, pauta de economia", disse o ministro em entrevista convocada para responder a Cunha.

O presidente da Câmara alegara que Moura teria participado de reunião com Dilma na quarta-feira pela manhã em que o governo quis vincular apoio de deputados do PT a Cunha em processo no Conselho de Ética à aprovação da CPMF no Congresso.

"Quero deixar bem claro que ontem (quarta) a presidente mentiu à nação quando fez o seu pronunciamento. Ela mentiu quando disse que seu governo, e ela, não autorizavam qualquer barganha", disse Cunha em entrevista coletiva na Câmara.

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"A barganha veio sim proposta pelo governo e eu me recusei a aceitar", acrescentou.

Cunha decidiu na quarta-feira aceitar pedido apresentado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reali Júnior, Janaína Pascoal, apoiado pela oposição, depois que os três deputados petistas membros do Conselho de Ética anunciaram que irão votar pela admissibilidade do processo contra ele por quebra de decoro.

Em entrevista, Cunha afirmou que não teve outra escolha porque o pedido tinha bases jurídicas sólidas. No entanto, o presidente da Câmara segurou a decisão por mais de 40 dias e revelou sua decisão apenas quando ficou claro que a bancada petista não iria ajudá-lo no conselho.

Na noite de quarta-feira, depois de ter sido informada da decisão de Cunha, em declaração à imprensa, Dilma falou das informações de que o Palácio do Planalto teria tentado um acordo com Cunha, trocando livrá-lo do processo por quebra de decoro pelo arquivamente dos pedidos de impeachment.

"Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer tipos de barganha, muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas do meu país, bloqueiam a Justiça ou ofendam os princípios morais e éticos que devem governar a vida pública", disse.

Em sua declaração, Dilma provocou Cunha ao afirmar que não possuía contas no exterior, não tinha ocultado bens nem tentado coagir pessoas ou instituições para satisfazer seus interesses.

As declarações da presidente irritaram o presidente da Câmara, que decidiu falar sobre a suposta barganha tentada pelo Planalto.

"A presidente mentiu, esse é o ponto fundamental que queria dizer. Ela simplesmente estava participando de uma negociação, com o ministro Jacques Wagner. O ministro levou o deputado ao gabinete da presidente e lá a presidente queria que tivesse o comprometimento com a aprovação da CPMF", afirmou Cunha. "Isso é uma negociação feita à minha revelia."

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A presidente passou a manhã desta quinta em reuniões com ministros para traçar a estratégia de defesa, tanto jurídica quanto na própria Câmara dos Deputados. Logo cedo, Dilma se encontrou com Jaques Wagner e com o vice-presidente, Michel Temer.

Cunha afirmou ainda, nesta quinta-feira, que chamará uma reunião extraordinária para dia 7, às 18h, para formação da comissão especial, que vai analisar a denúncia contra Dilma e receber a defesa da presidente. Essa comissão terá 66 deputados titulares e mesmo número de suplentes, todos indicados pelos líderes partidários.

Segundo o deputado, o mandado alegará que Cunha estaria abusando de seus poderes de presidente da Câmara, "em desvio de finalidade".

"Um ato público, praticado por uma autoridade, tem de ter finalidade pública. No caso do ato do presidente da Câmara, a finalidade foi privada. Ele praticou esse ato em retaliação a um posicionamento que o PT vai adotar no Conselho de Ética", disse o deputado a jornalistas.

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