SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira que não há "possibilidade" de sair candidato a vice-presidente da República, mas afirmou que decisões sobre a eleição de 2018 serão tomadas no futuro.
Meirelles disse ainda, em entrevista à radio CBN, que, se houver necessidade, o governo fará cortes no Orçamento do próximo ano. Mas ressaltou que não há gordura para isso, numa indicação da necessidade de o Congresso aprovar as medidas orçamentárias enviadas nesta semana.
"Essa possibilidade não existe (de ser candidato a vice-presidente). O que existe é uma discussão natural sobre 2018 e eu acredito que é uma discussão que deve se dar no momento certo. 18 fica para 18", afirmou Meirelles.
"Eu tenho dito que, no momento, como eu sempre faço na minha vida profissional e pessoal, não fico preocupado, perdendo tempo, com decisões que serão tomadas no futuro", ao ser questionado se ainda havia a possibilidade de ser candidato no próximo ano.
Na segunda-feira, o ministro disse que seria "até interessante" o cargo de vice-presidente da República, e negou que seja candidato a presidente em 2018. Pouco mais tarde, tentou justificar que sua afirmação sobre candidatura a vice-presidência havia sido uma "mera brincadeira".[nL2N1N516E]
Meirelles, filiado ao PSD, tem se articulado nos bastidores para concorrer às eleições presidenciais do próximo ano, contando inclusive com uma equipe própria voltada a esse objetivo. [nL2N1MF0S0]
A CBN, o ministro voltou a reforçar a necessidade de o Congresso aprovar as medidas do governo encaminhadas nesta semana a fim de garantir que a meta de déficit primário de 2018 seja cumprida. E falou que, caso contrário, terá de fazer cortes nas despesas.
"Não estamos trabalhando com gordura, estamos trabalhando de maneira muito justa... Faremos cortes que sejam necessários para cumprir o orçamento", afirmou ele, acrescentando que não acredita que o fato de 2018 ser um ano eleitoral possa atrapalhar a aprovação das medidas.
"Acredito que essas medidas orçamentárias deverão ser aprovadas porque não há, necessariamente, medidas que possam trazer prejuízo eleitoral grave para aqueles que estão votando", afirmou ele.
(Por Patrícia Duarte)