Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A defesa do presidente Michel Temer estuda pedir a suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nas investigações que envolvem o presidente, informou o advogado de Temer, Antônio Mariz.
"Estamos realmente estudando essa possibilidade, mas não há uma definição ainda", disse Mariz à Reuters. Questionado sobre qual seria a base do pedido, o advogado afirmou que não poderia dizer porque ainda estava "estudando as causas".
Uma outra fonte confirmou à Reuters, reservadamente, que haverá novidades nos próximos dias em relação ao caso. Os advogados de Temer querem ter acesso a documentos de inquéritos que envolvem o presidente para estudar o caso e tomar uma decisão. Entre os documentos que a defesa quer obter estão relatórios da Polícia Federal e dados no Ministério Público Federal sobre as investigações.
Um advogado da equipe de Mariz teria uma audiência na tarde desta segunda-feira com o ministro Edson Fachin, que relata as investigações contra Temer no Supremo. "Estamos avaliando a pertinência do pedido e nos próximos dias haverá surpresas", disse essa fonte.
A defesa do presidente também vai reforçar o pedido para não ser incluído como investigado no inquérito que apura se há uma organização criminosa formada por integrantes do PMDB da Câmara.
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Temer afirmou que o procurador tem uma atuação de "natureza política".
"Ele na verdade passou a ter uma atuação muito mais de natureza política e quase pessoal e não a sua função institucional de procurar a justiça", disse Temer. "Nem ele deve ter disputa pessoal com o presidente da República nem eu com ele. Aliás jamais lhe darei essa satisfação".