Por Amanda Becker e Luciana Lopez
CLEVELAND/NOVA YORK (Reuters) - Já prevendo uma batalha com o provável candidato presidencial republicano Donald Trump, a candidata presidencial democrata favorita, Hillary Clinton, e seus aliados estão direcionando recursos a Estados norte-americanos como Ohio e Pensilvânia para tentar impedir Trump de conquistar terreno entre os eleitores da classe trabalhadora nestes locais.
Líderes trabalhistas, grupos progressistas e funcionários democratas disseram à Reuters em entrevistas que levam a sério o apelo do magnata junto à classe trabalhadora e que estão estudando métodos de resposta às suas promessas de criação empregos e negociação de acordos comerciais melhores.
O desejo de evitar que o pré-candidato republicano mais votado nas prévias conquiste o apoio de trabalhadores sindicalizados levou o Labor for Bernie, grupo organizado que apóia o rival de Hillary, Bernie Sanders, a ponderar seus próximos passos caso o senador de Vermont não conquiste a indicação de seu partido.
"Nossa tarefa pode muito bem ser fazer um esforço para buscar nossos membros (do sindicato trabalhista) que apóiam Trump e iniciar um diálogo importante", disse Rand Wilson, defensor ferrenho de Sanders e porta-voz do Labor for Bernie.
A região do chamado Cinturão da Ferrugem, que inclui Ohio, Pensilvânia, Michigan, Illinois, Wisconsin, Indiana e West Virginia, sofreu uma perda de empregos enorme em setores como automotivo, de carvão e de aço, que enfrentam uma concorrência acirrada do exterior.
O Cinturão, que abriga muitos trabalhadores sindicalizados, tem sido um bastião do Partido Democrata – a exceção é a socialmente conservadora West Virginia, que votou nos republicanos nas quatro últimas eleições presidenciais, e Indiana, que só escolheu democratas duas vezes desde 1940. Ohio tem oscilado em sua preferência partidária.
Trump vem cortejando a classe trabalhadora agressivamente para a eleição de 8 de novembro que irá decidir o sucessor do presidente democrata, Barack Obama. Ele criticou o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) e prometeu descartar a Parceria Trans-Pacífico.