Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Os deputados do PMDB que fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara vão elaborar um relatório em separado contra a admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para se contrapor ao relatório do deputado Sérgio Zveiter (RJ), também peemedebista, disse à Reuters uma fonte ligada ao governo.
A decisão foi tomada em uma rápida reunião logo depois de Zveiter apresentar seu voto e o advogado de Temer, Antonio Claudio Mariz de Oliveira fazer a sustentação oral da defesa na CCJ.
Mais cedo, a informação passada à Reuters foi de que a elaboração desse voto em separado ficaria a cargo do líder da maioria, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES). A mudança se deu pela avaliação que a sustentação oral do voto seja feita por um deputado mais eloquente, enquanto Lelo é mais discreto.
Desde a indicação de Zveiter para relator da denúncia, o governo acreditava que o relatório pudesse ser negativo para o presidente, e as informações se confirmaram nas últimas horas e o governo começou a negociar um voto em separado.
Desde cedo o governo articula para tentar se contrapor ao que pode ser considerado uma derrota na CCJ. A contabilidade palaciana é que, com as mudanças de membros da Comissão feitas nos últimos dias o presidente pode chegar a cerca de 40 votos - seis a mais do que o mínimo necessário para derrotar a proposta.
Fontes da base admitem, no entanto, que com o relatório pela admissibilidade apresentado por Zveiter a posição do governo fica mais complicada. Daí a importância do voto em separado. É possível que sejam apresentados mais de um relatório pró-governo na CCJ.