PALERMO (Reuters) - Os sicilianos comparecem às urnas neste domingo para eleger o novo governo regional, em uma votação vista como um teste das tendências nacionais antes das eleições parlamentares do ano que vem.
Espera-se que a eleição na ilha do Mediterrâneo mostre uma disputa acirrada entre uma centro-direita que ressurge e o anti-establishment Movimento 5 Estrelas, com o atual governo de centro-esquerda enfraquecido por divisões internas, em um distante terceiro lugar.
Reforçado pelo retorno de Silvio Berlusconi à campanha - eleito primeiro-ministro quatro vezes –, a centro-direita procura recuperar a supremacia tradicional na Sicília e mostrar que depois de anos de escândalos é novamente uma força a ser reconhecida.
Mas enfrentará uma dura oposição do 5 Estrelas, que nunca ganhou o controle de uma região italiana e espera que a vitória na Sicília possa impulsionar o sucesso na votação nacional que será realizada até maio de 2018.
A centro-esquerda, que dirige ambos os governos sicilianos e nacional, sucumbiu a conflitos com rivais esquerdistas - uma luta fratricida que parece destruir suas chances de manter o poder na ilha.
A Sicília é uma das regiões mais pobres da Europa e é notória na Itália pelo inchaço das folhas de pagamento públicas, por administrações extravagantes, corrupção e crime organizado.
O desemprego alcança mais de 22 por cento da população siciliana, o dobro da média nacional. Entre jovens, o percentual chega a 57,2 por cento, ante cerca de 36 por cento em todo o país.
A imigração também tem sido uma questão crucial na campanha eleitoral, já que a ilha se tornou o primeiro porto de chegada para milhares de imigrantes que atravessam o Mediterrâneo vindos da Líbia nos últimos anos.
(Por Guglielmo Mangiapane)