BRASÍLIA (Reuters) - Os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, reúnem-se na manhã de terça-feira com líderes da base para explicar a situação fiscal do país em encontro patrocinado pelo presidente da Câmara, Rodirgo Maia (DEM-RJ).
Segundo o deputado, que defendeu mais uma vez a aprovação da reforma da Previdência como uma saída para o desequilíbrio fiscal, é importante tornar “clara” essa questão “o mais rápido possível”.
“Amanhã o ministro Meirelles e o ministro Dyogo estarão na Residência da Câmara com os líderes da base. Eu pedi que eles apresentassem de forma clara aos líderes a situação fiscal do Estado brasileiro para que cada um saiba como aumenta a despesa e aonde vai buscar a receita para cobrir essa despesa”, disse a jornalistas.
Em meio a intenso debate no governo sobre um aumento do déficit primário, Maia voltou a dizer que uma eventual medida de aumento de imposto não contaria com a simpatia dos legisladores.
As metas de déficit primário deste ano e de 2018 estão atualmente em 139 bilhões e 129 bilhões de reais, respectivamente, e fixar um objetivo pior acabou sendo necessário diante das frustrações com receitas extraordinárias e fraca retomada da atividade econômica. O governo deve anunciar nova meta de déficit primário de 159 bilhões de reais para 2017 e 2018, sem aumento de impostos, segundo informaram à Reuters fontes do governo. [nL2N1L01G1]
REFIS
Maia referiu-se ainda à medida que trata do refinanciamento de dívidas tributárias, o chamado Refis, mas disse acreditar que não renderia aos cofres públicos os estimados 13 bilhões de reais estimados pelo governo, levando em conta o texto original enviado ao Congresso.
Criou-se um impasse no assunto com o consierável afrouxamento do texto na comissão onde tramitou. Enquanto a Fazenda trabalha por um texto mais duro, parlamentares, muitos deles ligados ao setor produtivo e empresarial, tentam uma medida mais generosa. E é desse embate que precisa sair um texto de consenso, do contrário, as chances de aprovação da medida ficam reduzidas.
“Acho que é difícil que ele (Refis) dê 13 bilhões em qualquer hipótese, mesmo com a proposta do governo”, disse Maia, acrescentando que o Executivo ficou de encaminhar uma proposta.
“A gente espera que a gente possa tê-la nas próximas horas.”
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)