(Reuters) - O escritório do advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será investigado pela força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro após a prisão nesta sexta-feira do presidente da Federação do Comércio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz, acusado de diversos crimes como desvio de recursos, lavagem de dinheiro e de gastar 180 milhões em honorários advocatícios.
O escritório de Teixeira recebeu cerca de 68 milhões de reais em honorários da Fecomércio-RJ, quantia que chamou a atenção dos investigadores.
Paralelamente, os procuradores descobriram na Operação Jabuti, realizada nessa sexta-feira, que outro escritório, o de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral, recebeu 20 milhões de reais por serviços supostamente não prestados.
O escritório dela, alvo de outras operações da Lava Jato, teria sido usado no governo de Cabral para lavar dinheiro do esquema de propina e corrupção.
“Vamos ampliar a investigação para saber se a atividade de advogado foi efetivamente prestada pelo escritório (de Roberto Teixeira), se houve prática ilícita... vamos procurar saber que tipo de serviço foi prestado para justificar um pagamento de 68 milhões”, disse o procurador Felipe Bogado.
Por conta dessa nova operação, Cabral será novamente denunciado pelo MPF pela prática de corrupção passiva uma vez que o ex-governador, que está preso no Paraná, teria ajudado Diniz na lavagem de dinheiro desviado. Cabral e aliados em troca nomearam para cargos na Fecomércio-RJ funcionários fantasmas batizados de “jabutis” que custaram quase 8 milhões de reais desde 2007.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)