Por Susan Heavey e Makini Brice
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos aprovaram nesta sexta-feira a reeleição do presidente hondurenho, Juan Orlando Hernández, um aliado de Washington, que foi declarado vencedor da disputa presidencial do mês passado em Honduras apesar de alegações de fraude feitas pela oposição.
No final de semana o tribunal eleitoral hondurenho anunciou a vitória de Hernández na eleição de 26 de novembro apesar dos receios generalizados com a contagem, que virou a favor do atual ocupante do cargo depois de sofrer uma interrupção repentina quando a oposição estava na liderança.
Protestos violentos irromperam em reação ao voto, e a Organização dos Estados Americanos (OEA) exortou o país a realizar novas eleições para resolver a disputa – uma proposta rejeitada por autoridades hondurenhas de primeiro escalão.
"Parabenizamos o presidente Juan Orlando Hernández por sua vitória nas eleições presidenciais de 26 de novembro, tal como declarado pelo Supremo Tribunal Eleitoral hondurenho", disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, em um comunicado, acrescentando que Honduras deveria realizar "um esforço de longo prazo para sanar a divisão política no país e adotar reformas eleitorais muito necessárias".
Nauert pediu que todos os lados evitem a violência, que aqueles que desejam contestar o resultado usem meios legais para fazê-lo e que o governo faça com que os serviços de segurança respeitem os direitos de manifestantes pacíficos e sejam responsabilizados por qualquer violação.
Ela também pediu que o Supremo Tribunal Eleitoral "analise transparente e completamente quaisquer contestações apresentadas por partidos políticos".
O conservador Hernández conduziu uma repressão militar contra as gangues violentas do país da América Central, e a taxa de homicídios recuou desde que ele tomou posse em 2014.
Seu adversário, o apresentador de televisão de centro-esquerda Salvador Nasralla, parecia a caminho de um triunfo surpreendente quando os resultados da votação começaram a emergir. A contagem foi interrompida abruptamente, e quando foi retomada o desfecho favoreceu Hernández. Mais tarde o tribunal eleitoral disse que o presidente venceu a eleição.
Nasralla viajou a Washington nesta semana para exortar os EUA a não reconhecerem o pleito, mas na quarta-feira uma autoridade graduada do Departamento de Estado disse que o governo não viu nenhum indício que alteraria o resultado das urnas.
"Os resultados apertados da eleição, as irregularidades identificadas pela OEA e pelas missões de observação eleitoral (da União Europeia) e as reações fortes dos hondurenhos de todo o espectro político sublinham a necessidade de um diálogo nacional robusto", disse Nauert no comunicado.
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