Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está cogitando novas sanções contra a Rússia em reação à sua interferência na eleição presidencial norte-americana e por um ataque cibernético devastador do ano passado, disseram autoridades de alto escalão dos EUA na quarta-feira, reagindo às críticas de que Washington tem demorado a agir.
Tanto republicanos quanto democratas do Congresso, que aprovaram quase por unanimidade um novo projeto de lei de sanções contra a Rússia em meados do ano passado, criticaram Trump por não punir Moscou e o acusaram de ser brando com o presidente russo, Vladimir Putin.
As críticas dos parlamentares se seguiram à decisão, tomada pelo governo Trump em janeiro, de não anunciar sanções à Rússia por ora sob a nova lei.
Em entrevista a um grupo de repórteres, três autoridades graduadas do governo envolvidas na formulação das sanções descreveram um processo que avança lentamente por motivos legais, e que não pode ser acelerado em reação a manchetes negativas.
As autoridades não detalharam quando o governo chegará a uma decisão ou quais medidas estão sendo estudadas. Os funcionários mencionaram algumas sanções já impostas contra duas entidades russas citadas na semana passada em um indiciamento de 37 páginas do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016.
As entidades são a Concord Catering e a Concord Management and Consulting, que o indiciamento disse controlarem a Internet Research Agency, grupo que coordenou a interferência. Elas foram punidas em junho devido à incursão russa na Ucrânia.
As autoridades disseram que uma análise sobre o que mais pode ser feito em resposta à intromissão está bem encaminhada, e que também estão se precavendo para uma possível intervenção nas eleições parlamentares de meio de mandato de 2018, que ocorrem em novembro.
"O processo das sanções é demorado; é árduo; não é bonito, mas quando as provas estão lá e estamos prontos, vamos adiante com as sanções", disse um funcionário.
Segundo os funcionários, está em curso um estudo para decidir como reagir à designação da semana passada da Rússia como responsável pelo ataque cibernético "NotPetya" do ano passado.
A Casa Branca disse que o "NotPetya", lançado em junho de 2017 pelos militares russos, "se espalhou pelo mundo todo, causando bilhões de dólares de danos na Europa, na Ásia e nas Américas".