Por Steve Holland e Christine Kim
WASHINGTON/SEUL (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que seu país está adotando o maior pacote de sanções da história contra a Coreia do Norte, aumentando a pressão para o país recluso abdicar de seus programas nuclear e de mísseis.
Ao abordar o maior desafio de segurança nacional do governo Trump, o Tesouro dos EUA sancionou uma pessoa, 27 empresas e 28 navios, de acordo com um comunicado publicado no site do Departamento do Tesouro.
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro anunciou as medidas, que foram concebidas para impactar as empresas de remessas e comércio norte-coreanas e isolar Pyongyang ainda mais.
Os navios estão localizados, registrados ou navegam com bandeira da Coreia do Norte, China, Singapura, Taiwan, Hong Kong, Ilhas Marshall, Tanzânia, Panamá e Comores.
Washington "também emitiu um boletim alertando o público para o risco significativo de sanções para aqueles que continuarem a permitir as remessas de bens de e para a Coreia do Norte".
"Nós impusemos hoje as sanções mais pesadas já impostas a um país", disse Trump em um discurso nesta sexta-feira a um grupo de ativistas conservadores.
Os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang almejam desenvolver um míssil com ogiva nuclear capaz de atingir o território continental dos EUA.
Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, vêm trocando provocações através da mídia, e em agosto o norte-americano ameaçou ir além das sanções e provocar "fogo e fúria como o mundo nunca viu".
Sanções mais rigorosas podem pôr em risco a reaproximação mais recente entre as duas Coreias, ilustrada pela participação norte-coreana na Olimpíada de Inverno em curso na Coreia do Sul, em meio a preparativos para conversas sobre uma possível cúpula entre Kim Jong Um e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, havia insinuado tal plano uma quinzena atrás, durante uma parada em Tóquio que antecedeu sua visita à Coreia do Sul para os Jogos de Pyeongchang.
No ano passado a Coreia do Norte realizou dezenas de lançamentos de mísseis e seu maior teste nuclear, desafiando sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) – mas mais de dois meses já se passaram desde seu último teste de míssil, realizado em novembro.
O regime defende seu programa de armas argumentando que ele é essencial para coibir uma agressão dos EUA.
Kim disse querer fortalecer o "clima acolhedor de reconciliação e diálogo" com a Coreia do Sul, que abriga 28.500 soldados norte-americanos, depois que uma delegação de alto nível, que incluiu sua irmã, voltou da Olimpíada.