Por Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - Sergio Massa, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais da Argentina, vai dar nesta semana um aceno discreto de apoio ao candidato de oposição Mauricio Macri para o segundo turno, disseram nesta segunda-feira três integrantes da campanha de Massa.
Macri golpeou de forma inesperada na votação deste domingo a Frente para a Vitória, grupo da situação, cujo candidato, Daniel Scioli, era cotado para ganhar já no primeiro turno, mas agora vai enfrentar uma batalha dura no segundo.
Massa conseguiu 21,3 por cento dos votos no domingo. Ao mesmo tempo que a votação não foi suficiente para levá-lo à disputa final, ela o coloca numa posição influente para as próximas quatro semanas, pois tanto Scioli quanto Macri precisam atrair os seus simpatizantes.
No entanto, Massa deve esquivar do papel preponderante porque ele não pode convencer os seus eleitores a segui-lo e, se tentar, poderia dividir o seu partido. Em vez disso, lideranças da sua aliança, a Nova Alternativa, estão compondo um manifesto que deve ser divulgado na quarta-feira.
"O documento não vai explicitamente apoiar Macri, mas é um sinal nessa direção", disse um assessor próximo, que conhece a estratégia de Massa. "As ideias centrais estarão bem mais perto do que Macri propõe do que Scioli."
Outra fonte afirmou que a equipe que está preparando o documento de Massa deverá se reunir em Córdoba na terça e na quarta-feira.
"Vai ser mais fácil para a aliança de Macri achar coisas em comum com o documento do que o partido do governo", declarou a fonte.
O resultado do segundo turno, em 22 de novembro, vai determinar como a Argentina vai lidar com os problemas econômicos, incluindo a inflação alta, um banco central sem reservas, uma moeda nacional sobrevalorizada e um calote da dívida.