BRUXELAS/MADRI (Reuters) - O líder destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, foi liberado da custódia nesta segunda-feira, quando um tribunal de Bruxelas determinou que ele poderia permanecer em liberdade na Bélgica até ouvir as acusações de rebelião da Espanha contra ele.
A decisão do tribunal significa que Puigdemont, que deixou a Espanha no mês passado depois que Madri destituiu seu governo separatista e dissolveu o Parlamento catalão, está livre para fazer campanha pela independência antes de uma eleição regional marcada para 21 de dezembro.
A eleição está tomando a forma de um referendo de independência de facto.
O Partido Democrata Europeu Catalão (PDeCat) de Puigdemont e outros partidos separatistas disseram no final de semana que podem concorrer com uma candidatura única, mas que precisarão tomar uma decisão sobre qualquer aliança formal --que também pode incluir outros partidos-- até terça-feira.
Entretanto, alianças também podem ser formadas após a eleição.
A tentativa de independência da Catalunha tem arrastado a Espanha para sua pior crise política desde seu retorno à democracia há quatro décadas e dividido profundamente o país, alimentando sentimentos anti-Espanha na Catalunha e tendências nacionalistas em outros lugares.
Puigdemont se entregou à polícia belga no domingo, junto com quatro de seus ex-ministros, depois que a Espanha emitiu mandados de prisão por rebelião e mal uso de recursos públicos.
Todos os cinco estão proibidos de deixar a Bélgica sem a autorização de um juiz.
"O próximo passo nos procedimentos é a aparição dos cinco réus ante a Câmara do Conselho dentro dos próximos 15 dias", disseram os promotores em comunicado.
(Reportagem de Foo Yun Chee e Paul Day)