Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a inclusão do depoimento do empresário Lúcio Funaro no inquérito que investiga o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) por suspeita de recebimento de propina da Odebrecht.
A decisão de Fachin do último dia 13, que é sigilosa e foi confirmada à Reuters por uma fonte, atende a pedido feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Fachin permitiu o compartilhamento de informações da colaboração de Funaro referentes a Temer para que seja juntado no inquérito. Em delação, o empresário faz uma série de acusações ao presidente, como a de que ele é o destinatário de propina da Odebrecht.
Aberto em março do ano passado, o inquérito originalmente tinha por objetivo apurar se uma contribuição de 10 milhões de reais para o então PMDB, que teria sido formalizada em um jantar no Palácio do Jaburu, com a presença de Temer, então vice-presidente, do empresário Marcelo Odebrecht e dos hoje ministros Padilha e Moreira Franco. O encontro teria ocorrido em 2014.
O presidente foi recentemente incluído nessa investigação. Ele questionou Dodge sobre a decisão de incluí-lo sob o argumento de que não poderia ser investigado por fatos anteriores ao mandato.