BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou pedido da Polícia Federal para que o Instituto Nacional de Criminalística possa realizar um procedimento especial para tentar extrair dados do celular do coronel aposentado João Baptista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer e alvo de busca e apreensão a partir da delação de executivos da JBS (SA:JBSS3).
A autorização específica se justificava, segundo a PF, porque o procedimento pode levar à eventual perda de dados do aparelho apreendido.
"Considerando as informações, defiro a realização de todos os procedimentos necessários à ampla extração de dados", decidiu Fachin, que determinou o envio de ofício da decisão à PF.
O telefone celular foi retido pela PF em maio, no endereço comercial do coronel aposentado em São Paulo. O laudo inicial feito pela polícia indicou que, em relação aos emails, somente foi possível ter acesso a data, hora, assunto, remetente e destinatário, mas não ao conteúdo do corpo das mensagens eletrônicas.
Até o momento, a PF também não conseguiu ter acesso a mensagens pelo aplicativo WhatsApp e quer usar outra técnica especial de acesso que pode levar a eventual perda de dados.
Em depoimento, executivo do grupo J&F, holding que controla a JBS, disse que entregou 1 milhão de reais em um escritório na capital paulista a uma pessoa conhecida por “coronel”, que seria Lima Filho. Tanto ele quanto Temer já negaram publicamente terem recebido esses recursos.
(Reportagem de Ricardo Brito)